quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tempo, o espetáculo da vida



O tempo às vezes passa lento, porém às vezes voa. E o mais incrível é que sempre parece não ser o suficiente para tantas inquietudes, tantas buscas e nem para ficar só.
Esse desatino humano da imediatidade, de quer tudo instantaneamente acaba causando uma perca do sentido do que realmente se busca, o que realmente importa. Já não mais se enxerga com exatidão. Mesmo no ensaio uma cortina venda os olhos, cega a alma, o espetáculo da continuidade sai de cartaz e a coxia assombra pelo silêncio ensurdecedor.
Os atores protagonistas, ou não, do espetáculo do tempo se entreolham buscando a deixa para dar o seu texto, texto esse que se apaga da mente diante da campainha que soa anunciando que o espetáculo começará em instantes.
Os minutos e segundos se tornam uma eternidade enquanto não se entra em cena. A angústia pela incerteza do sucesso ou fracasso do espetáculo leva os atores a pensar em desistir. Mas agora já não se pode mais voltar atrás e todos tomam seus lugares, todos estão em suas marcações.
Enfim a cortina sobe e o espetáculo começa. Todos deixam de lado o medo, as dúvidas, as incertezas e se jogam. Cena após cena, choro após choro, luta após luta, amores após amores o espetáculo vai chegando ao fim com a certeza de que cada um deu o melhor. Ao fim todos aplaudem O Tempo, e o espetáculo é sucesso de público e crítica.
A cortina por fim desce e ainda ecoa, junto ao pedido de bis, os aplausos do público extasiado diante de um grande espetáculo. Mas o bis não será possível, pois O Tempo é espetáculo de apresentação única, depois que se perde, não haverá uma nova oportunidade.

Por Lu Couto Gamito

Um comentário:

  1. Eu li uma vez que o tempo é relativo... As vezes a vida passar diante dos nossos olhos em alguns segundos ...
    E as vezes parece que nos arrastam...
    Temos que ter a atitude... Tá ruim? Vai passar... Tá bom? Aproveite o máximo...

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