É fim de tarde, quase noite. Mas é como se o dia nem ao menos tivesse começado. Como se os olhos não tivessem sido abertos antes mesmo que o sol raiasse. Um dia inteiro se passou sem que ao menos o respirar fosse notado. A lágrima que cai sem permissão no canto de um olhar triste reflete a alma por trás de um rosto aparentemente normal, e até alegre para aqueles que não podem ver sua alma, e nem ao menos lhe conhecem tão bem. Ta certo que o dia em si foi um pouco escuro, triste. Nem os lampejos de raios solares que surgiram no decorrer das horas foram capazes de chegar ao coração. Parece que o dia na sua sensibilidade que abraça a todos sentiu que seu coração não sorria quando seus lábios esboçavam um sorriso que não chegava aos olhos, que sua alma chorava. E assim ele lhe envolveu, tentando aliviar o peso de uma dor que não se pode levar sozinho. Mas também não pode ser compartilhada. Assim as horas se sucederam sem que nada saísse do seu curso normal. Mas quem sabe a dor que esse peito leva, que essa alma carrega em si, poderia ao fim da tarde entender as lágrimas que não mais querem ser prisioneiras deste olhar triste. Mas uma tristeza vista por poucos, sentida de forma tão intensa que nada no dia que finda seria capaz de alterar seu estado. De forma que ao cair da noite seus olhos se fecharão como se não tivessem nem ao menos sido abertos. Seu sono será velado por sua tristeza e dor. Sua alma tentará ser lavada pelas lágrimas que não querem mais se aprisionar nesse olhar tão triste. E amanhã quem sabe o despertar traga uma nova esperança de que as coisas vão ser melhores que hoje, que o sorriso seja sincero e ilumine o olhar. Mas até la a solidão de sua alma é a sua única companhia.
POR LU COUTO GAMITO
POR LU COUTO GAMITO