quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tempo, o espetáculo da vida



O tempo às vezes passa lento, porém às vezes voa. E o mais incrível é que sempre parece não ser o suficiente para tantas inquietudes, tantas buscas e nem para ficar só.
Esse desatino humano da imediatidade, de quer tudo instantaneamente acaba causando uma perca do sentido do que realmente se busca, o que realmente importa. Já não mais se enxerga com exatidão. Mesmo no ensaio uma cortina venda os olhos, cega a alma, o espetáculo da continuidade sai de cartaz e a coxia assombra pelo silêncio ensurdecedor.
Os atores protagonistas, ou não, do espetáculo do tempo se entreolham buscando a deixa para dar o seu texto, texto esse que se apaga da mente diante da campainha que soa anunciando que o espetáculo começará em instantes.
Os minutos e segundos se tornam uma eternidade enquanto não se entra em cena. A angústia pela incerteza do sucesso ou fracasso do espetáculo leva os atores a pensar em desistir. Mas agora já não se pode mais voltar atrás e todos tomam seus lugares, todos estão em suas marcações.
Enfim a cortina sobe e o espetáculo começa. Todos deixam de lado o medo, as dúvidas, as incertezas e se jogam. Cena após cena, choro após choro, luta após luta, amores após amores o espetáculo vai chegando ao fim com a certeza de que cada um deu o melhor. Ao fim todos aplaudem O Tempo, e o espetáculo é sucesso de público e crítica.
A cortina por fim desce e ainda ecoa, junto ao pedido de bis, os aplausos do público extasiado diante de um grande espetáculo. Mas o bis não será possível, pois O Tempo é espetáculo de apresentação única, depois que se perde, não haverá uma nova oportunidade.

Por Lu Couto Gamito

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Lágrimas em silêncio


A noite cai e uma lagrima doe em silêncio, solitária e medrosa no canto de um olhar que chora a perda, o vazio de um coração. A distância que aumenta a cada minuto perturba, a ausência faz o vazio aumentar a ponto de paralisar.
Embora por fora um sorriso pareça iluminar um rosto de olhos tristes, no entanto por dentro uma alma chora suas dores que transbordam e inundam uma existência vazia de sentido diante de si mesmo.
Uma alma vaga fora de seu corpo na busca do sentido que lhe falta, enquanto o mesmo vaga sem rumo num mundo de desilusões. Um pensamento solto tentando encontrar seu lugar numa mente que se esvazia na esperança de dar sentido ao que não tem, teima em repetir que tudo é efêmero.
Em desatino sai perambulando por respostas que não chegarão. Cai, levanta e segue cambaleando. Será que vai chegar? Será que encontrará respostas? Nunca se saberá, já que esse é um caminho que se percorre só e na completa escuridão do desconhecido.

Por Lu Couto Gamito