Palavras Contidas
Bem vindo à um lugar onde palavras ganham forma, sentidos, vozes. Onde um coração ganha voz e pensamentos voam além da mente.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Palavras Contidas
Quem sou eu? Eu sou um coração que por vezes guarda pra si o que deveria gritar ao mundo. Sou um coração que tem em si todo o amor que se puder imaginar que exista, mas que muitas vezes, a maioria na verdade, o dedica a quem não se importa. Sou uma alma que se afoga em suas próprias lágrimas. Que se sufoca com o grito de palavras não ditas. Sou a essência de um ser humano que vive em prol do outro, e se esquece de si.
Sou o sorriso muitas vezes guardado num canto da boca, que só quem realmente me vê percebe.Sou muitas vezes o sorriso aberto pra encobrir uma dor, ou pra alegrar quem sofre dores maiores que as minhas. Sou o olhar perdido no horizonte, tentando encontrar o que se acha perdido nos pensamentos soltos na minha mente. Ah minha mente. Ela guarda tanto de mim que até eu mesmo desconheço.
Enfim, eu sou coração que pulsa ainda que esteja sangrando. A lágrima que rola em silêncio no canto de um olhar triste. O sorriso que quase nunca chega ao olhos. Os braços sempre abertos a espera de alguém que nunca chega. Sou a alma que se cura a cada dor, e luta em segredo pra manter esse corpo de pé, e este ser vivo.
Por Lu Couto Gamito
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Alma triste
É fim de tarde, quase noite. Mas é como se o dia nem ao menos tivesse começado. Como se os olhos não tivessem sido abertos antes mesmo que o sol raiasse. Um dia inteiro se passou sem que ao menos o respirar fosse notado. A lágrima que cai sem permissão no canto de um olhar triste reflete a alma por trás de um rosto aparentemente normal, e até alegre para aqueles que não podem ver sua alma, e nem ao menos lhe conhecem tão bem. Ta certo que o dia em si foi um pouco escuro, triste. Nem os lampejos de raios solares que surgiram no decorrer das horas foram capazes de chegar ao coração. Parece que o dia na sua sensibilidade que abraça a todos sentiu que seu coração não sorria quando seus lábios esboçavam um sorriso que não chegava aos olhos, que sua alma chorava. E assim ele lhe envolveu, tentando aliviar o peso de uma dor que não se pode levar sozinho. Mas também não pode ser compartilhada. Assim as horas se sucederam sem que nada saísse do seu curso normal. Mas quem sabe a dor que esse peito leva, que essa alma carrega em si, poderia ao fim da tarde entender as lágrimas que não mais querem ser prisioneiras deste olhar triste. Mas uma tristeza vista por poucos, sentida de forma tão intensa que nada no dia que finda seria capaz de alterar seu estado. De forma que ao cair da noite seus olhos se fecharão como se não tivessem nem ao menos sido abertos. Seu sono será velado por sua tristeza e dor. Sua alma tentará ser lavada pelas lágrimas que não querem mais se aprisionar nesse olhar tão triste. E amanhã quem sabe o despertar traga uma nova esperança de que as coisas vão ser melhores que hoje, que o sorriso seja sincero e ilumine o olhar. Mas até la a solidão de sua alma é a sua única companhia.
POR LU COUTO GAMITO
POR LU COUTO GAMITO
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Para-brisas
Tem dias em que você acorda e parece que nada vai dar certo, e talvez pode realmente não dá. Tem dias que tudo parece chuva, parece que o "para-brisa" da nossa vida, os nossos olhos, estão sempre embaçados, usamos o limpador, um "paninho", mas ainda assim, não conseguimos ver além de nossos olhos.
Quando tentamos olhar em frente, sem que a "chuva" nos permita, acabamos tropeçando, caindo, nos misturando ao barro, nos tornando sujos, e derrapamos tentando nos levantar. Infelizmente quando tentamos levantar não permitimos que alguém segure a nossa mão para que levantemos, e depois maldizemos as pessoas por não nos ajudar. Mas porque se quando surge a oportunidade recusamos? Talvez seja apenas mais um jeito de nos dizer auto suficientes.
Sabe esses dias que você acorda e parece que não tem uma luz no fim do túnel, e que você precisa optar por seguir uma nova rota, dar uma volta maior, mas sem escuridão. Pois é, eles existem, mas vc com a escuridão do seu egoísmo não ve.
O dia em que for capaz de aceitar que nesse mundo se criam laços, parcerias para caminhar e seguir em frente , me procure. Quando se tem a humildade de estender a mão para se erguer, coisas boas passam a acontecer. A sujeira do barro das quedas são lavadas e os para-brisas não embaçam mais. E você verá que não eram os dias que eram escuros e chuvosos e sim o seu coração.
Por Lu Couto Gamito
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Serração
Hoje o dia amanheceu encoberto pela serração, era como se o céu quisesse tocar o chão. Como se quisesse se fundir, tornando-se um. A visão ao abrir a janela não podia ser mais bela. Era como se nada mais importasse, como se as coisas simples voltassem a ter o seu devido valor. Era uma paz que gritava ao coração que ainda há esperança, que é possível transpor as barreiras e se chegar onde o sol brilha pra todos. A visão daquela hora da manhã era tão celestial que podia-se esquecer a dor. Era uma sensação tão plena que o tempo podia parar e fazer aquele instante durar pra sempre. Mas como isso não é possível, essa pequena amostra do paraíso se esvai com os primeiros raios de sol da manha que se levanta. Os raios levam a utopia de um momento único, nos traz de volta a realidade, dissipam a serração e com ela um breve momento de plenitude na terra. Mas ele também aquece o coração que teve esse breve instante de céu na terra para lutar pra que esses instantes sejam contínuos e não se restrinjam breves manhãs encobertas pela serração.
Por Lu Couto Gamito
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Viva as amizades
Na leitura de alguns textos sobre sentimentos fortes e verdadeiros que independem de se estar perto ou não, nota-se um que um se faz presente em todas as listas: A amizade. Mas acaba se tornando um assunto clichê. Sempre vai se falar que são laços que unem mais do que pessoas, que une almas. Vai se falar que quando é verdadeiro, ainda que se conheçam a dias, vão parecer pertencer um a vida do outro por anos. E também vão dizer que ainda que anos que se passem sem que se vejam, vão parecer horas , no máximo dias. Vão dizer que amigos são como uma família. Não se pode dizer que isso é mentira, porque não é. Mas a amizade vem de onde menos se espera. Te arrebata de um sentimento tão forte que ainda que se viva muitas vidas vais encontrar algo pra poder comparar com sua intensidade. E hoje nesse mundo digital em que as distâncias são meramente algarismos ou um limite que se impõe, as amizades podem ganhar um novo patamar. Podem ser tão eternas quanto uma musica do seu cantor preferido que dura pouco mais de três minutos. Ou podem ser tão rasas quanto uma gota da chuva que cai la fora enquanto você lê este texto. Podem vir através de "amigos" em comum ou por mero interesse que desperta da beleza que seus olhos captam na tela do celular, computador ou tablet. A amizade pode vir as "cegas" por buscas avulsas em sites de buscas. Não importa o quão eternas, rasas, interessadas elas sejam, desde que elas existam. Ao menos por breves instantes você poderá dizer que sentiu o sentimento mais forte que se pode existir. Mas porque o mais forte? Simples. Porque através da amizade você pode vivenciar intensamente todos os outros. Que você tenha a chance de conhecer alguém com quem você esqueça o tempo, a vergonha, os medos, as distâncias. Que você não se preocupe se faz um minuto ou um ano. Que não tenha a vergonha de rir das suas próprias limitações e sem motivo algum. Que não tenha medo de se arriscar e de voltar ao inicio quando o caminho não deu certo. Que não se preocupe se o que lhes separa são alguns metros ou centenas de quilômetros. A amizade não te cobra ou te pede nada, é gratuita. Se por acaso quiser chorar, chore. Se quiser sorrir, sorria. Se quiser o silêncio, faça-o. Mas uma coisa nunca faça. Não se prive de ter amigos. Não se prive se ser feliz. Não se prive de viver. Afinal você só tem essa chance.
Por Lu Couto Gamito
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Tempo, o espetáculo da vida
O tempo às vezes passa lento,
porém às vezes voa. E o mais incrível é que sempre parece não ser o suficiente
para tantas inquietudes, tantas buscas e nem para ficar só.
Esse desatino humano da
imediatidade, de quer tudo instantaneamente acaba causando uma perca do sentido
do que realmente se busca, o que realmente importa. Já não mais se enxerga com
exatidão. Mesmo no ensaio uma cortina venda os olhos, cega a alma, o espetáculo
da continuidade sai de cartaz e a coxia assombra pelo silêncio ensurdecedor.
Os atores protagonistas, ou não, do espetáculo do tempo se entreolham buscando a deixa para dar o seu texto,
texto esse que se apaga da mente diante da campainha que soa anunciando que o
espetáculo começará em instantes.
Os minutos e segundos se tornam
uma eternidade enquanto não se entra em cena. A angústia pela incerteza do
sucesso ou fracasso do espetáculo leva os atores a pensar em desistir. Mas
agora já não se pode mais voltar atrás e todos tomam seus lugares, todos estão
em suas marcações.
Enfim a cortina sobe e o espetáculo
começa. Todos deixam de lado o medo, as dúvidas, as incertezas e se jogam. Cena
após cena, choro após choro, luta após luta, amores após amores o espetáculo
vai chegando ao fim com a certeza de que cada um deu o melhor. Ao fim todos
aplaudem O Tempo, e o espetáculo é sucesso de público e crítica.
A cortina por fim desce e ainda
ecoa, junto ao pedido de bis, os aplausos do público extasiado diante de um
grande espetáculo. Mas o bis não será possível, pois O Tempo é espetáculo de
apresentação única, depois que se perde, não haverá uma nova oportunidade.
Por Lu Couto Gamito
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Lágrimas em silêncio
A noite cai e uma
lagrima doe em silêncio, solitária e medrosa no canto de um olhar que chora a
perda, o vazio de um coração. A distância que aumenta a cada minuto perturba, a
ausência faz o vazio aumentar a ponto de paralisar.
Embora por fora um
sorriso pareça iluminar um rosto de olhos tristes, no entanto por dentro uma
alma chora suas dores que transbordam e inundam uma existência vazia de sentido
diante de si mesmo.
Uma alma vaga fora de
seu corpo na busca do sentido que lhe falta, enquanto o mesmo vaga sem rumo num
mundo de desilusões. Um pensamento solto tentando encontrar seu lugar numa
mente que se esvazia na esperança de dar sentido ao que não tem, teima em
repetir que tudo é efêmero.
Em desatino sai
perambulando por respostas que não chegarão. Cai, levanta e segue cambaleando. Será
que vai chegar? Será que encontrará respostas? Nunca se saberá, já que esse é
um caminho que se percorre só e na completa escuridão do desconhecido.
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