quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amizade


O tempo passa e vamos nos perdendo pelo tempo sem nos darmos conta de que tudo que nos importa também se perde. Passamos tão despercebidos pela vida que quando nos damos conta tudo já era. Nada mais volta ao seu lugar. Pessoas, momentos, palavras que poderiam ter sido ditas, atitude tomadas. Nada mais esta no mesmo lugar que doravante estavam. Mas quando percebemos já é muito tarde.
Paramos para pensar e nos lembramos dos nossos amigos, que alegria eram aqueles momentos que vivemos juntos, doce saudade. Mas é triste, dói saber que acabamos nos perdendo, saber que poderíamos ter sido mais presentes em suas vidas, que a vida poderia ter sido diferente se os tivéssemos por perto.
Quando mais tarde voltarmos por um acaso a rever aquelas fotografias, vai doer, lágrimas vão rolar, por lembrar que tudo era tão bom, e fomos nós com esta mania besta da humanidade de ser egoísta que afastamos esta alegria de nossa vida. Fomos nós que pensamos só em nosso mundo que não nos permitimos sermos felizes ao lado de quem não nos recrimina, mas ao contrário nos dá sempre uma mão quando caímos.
Um dia lembraremos com alegria de tudo, dos momentos de alegria, das gargalhadas, das descobertas dos amores, dos sonhos compartilhados, das perdas, das desilusões, das lágrimas pelos fins de semana longe, por aniversário que nos fizemos presente. Lembraremos de com quem vivemos os melhores e mais intensos momentos de nossa vida.
Quiséramos nós poder manter sempre perto quem nos faz felizes, nossa família que nos foi permitido escolher, tudo seria perfeito. Mas infelizmente perfeição não existe, mas a busca de tal sim. Então porque não buscamos a perfeição da felicidade despretensiosa com nossos amigos? Porque permitimos os ver partir pelo horizonte até se tornarem uma vaga lembrança em nossas vidas? Porque não gritamos, volte, fique ao invés do silêncio? Talvez a única coisa que eles queriam ouvir quando partem é um volte ou estarei aqui caso precise voltar.
Que não seja hoje muito tarde para dizer a um amigo o quanto ele é especial em sua vida, não permita que ele parta, pois há a dura possibilidade que sua partida não tenha mais volta. Não permita tal tragédia. Busque sempre estar perto ainda que distante. Dê um telefonema, mande um email. Quando se encontrarem tenha sempre os braços abertos para recebê-los, palavras de afeto, ou até mesmo o silêncio que lhe conforte a alma.
Não permita que quando a idade chegar você esteja só, não me refiro à família, mas a amigos. Não permita que quando você tiver seus netos você não tenha nenhum amigo por perto pra lhe ajudar a contar os casos de suas aventuras da mocidade, assim não será só você e seus netos, mas você, seu amigo, seus netos e os netos deles a rirem de momentos felizes. Será uma grande família ao invés de duas famílias isoladas.
Contrariando ao poeta Fernando Pessoa que diz que amizade não é pra sempre, amizade é sim pra sempre. Não deixe que a vida passe em branco, não permita que seus amigos se percam pelo caminho da vida sem que você esteja ao seu lado.
Amizade, uma palavra solta não significa nada a não ser o mero significado gramatical dos dicionários. AMIZADE: Afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente: laços de amizade. Amor. Acordo: tratado de amizade. Benevolência, favor, serviço: provas de amizade.
Mas amizade é muito mais que isso, amizade não resume a meros significados, é algo de alma, algo que palavras não expressam, é a forma mais bela e pura de amar, é amar se receios, sem preconceito, verdadeiro, sincero.
Não se permita acabar só. Viva e deixe viver. Conserve sempre seus amigos por perto. Por fim a frase de Fernando Pessoa que traduz bem a amizade: “Poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se tivessem morrido todos os meus amigos!”

Por Lu Couto Gamito

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Labirinto


Tomada por uma grande melancolia eu me vi em um lugar, um tempo e um momento que eu não sabia. Era muito longe e talvez pudesse ser mais próximo do que eu imaginava. Era noite, dia com sol ou chuva, não sei. Não sei se estava feliz, poderia estar triste, rindo ou chorando, não posso dizer. Mas sei que estava lá. Ou talvez não estivesse.
Vi passando por mim um filme de tudo que vivi. Não me lembrava de nada e ao mesmo tempo era como se vivesse tudo aquilo naquele instante. Não posso dizer que foi ruim, pode ter sido bom. Não me lembro. Posso ter sido a pessoa mais feliz do mundo, porém, posso ter sido também a pessoa que mais chorou, que mais sofreu, enfim, a que mais amou.
Não sei como, mas comecei a chorar. Eram lágrimas que lavavam meu rosto, destruía a alma e arrastava tudo o que encontrava. Súbito me vi sorrindo. Não sei por que, mas nem me interessava. De repente me vi parada. Nem ria, nem chorava, apenas estava. Sonhando ou acordada, eu não podia dizer. Tentei falar, gritar, ver se alguém me ouvia, mas não pude. A voz não saia, porém, em meu peito uma voz gritava tão forte que me ensurdecia.
Em um momento parecia que eu estava acordando. De repente eu vi tudo rodando. Ouvi vozes que me atormentavam. Finalmente consegui gritar, mas não obtive resposta. Percebi que não havia saída, pois, eu vi que estava em um labirinto, que era meu coração.

Por Lu Couto Gamito

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Amizade (para o meu amigo Walassy)


É engraçado como a vida pode nos revelar grandes e prazerosas surpresas. Há alguns anos recebi o email de uma pessoa que uma prima conhecera e que disse que eu ia amar conhecer. Realmente ela me conhece mesmo. Ela estava totalmente certa.
Comecei meio descrente a conversar com tal pessoa, mas quão grande não foi a minha surpresa quando a mesma se tornou um de meus melhores amigos. Com ele sempre sorrio quando estou triste. Ele tem o dom de afastar as minhas “dores”, de me fazer feliz, quando penso não ser mais capaz.
O mais engraçado é que por um tempo, nos falamos apenas pelo mundo virtual e pelo telefone, sem nenhum contato físico. Mas parecíamos nos conhecer há uma vida.
Até que um dia acabamos nos encontrando pessoalmente. Foi entranho, confesso. Mas ao mesmo tempo muito bom, por sentir que os “braços” que me amparavam virtualmente eram reais, que eu não pirei, que meu amigo é real. Que bom, pois a amizade é a mais bela e pura forma de amar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Reflexão


Parei para refletir, mas refletir sobre o que? O que me aflige? O que me faz perder o sono? O que me deixa sem chão? Palavras não ditas, sentimentos não sentidos, amores não vividos, passos não dados, ares não respirados, pensamentos não pensados.
Que mundo é este? Que coisas sem nexo? Pra onde me virar? Onde meu olhar vai se achar? Onde minhas palavras acharão seu pouso? Em que porto meus pensamentos ancorarão? Pra onde? Onde?
Mudanças são imperceptíveis diante de meus olhos, breves instantes transformam uma vida, mas a minha se esvai diante de mim. Quero pegá-la com as mãos, mas escorrega por entre meus dedos, e quando percebo tudo se foi e eu fiquei aqui a esmo.
O que restou? Um vazio? Uma escuridão? Não há palavras que expressem. Mas pra que palavras se elas não transformam em som ou em forma os sentimentos? Mas que sentimentos? Tantas dúvidas e nenhuma certeza.
Conturbada me vejo em uma encruzilhada. Tantos caminhos, tantos rumos, mas qual seguir? Pra onde guiar meus pés?
Subo, subo alto onde não posso ser alcançada por ninguém, nem mesmo por mim. Sinto a brisa tocar meu rosto e perfurar minha alma, me lembrando o quanto preciso evoluir. Evoluir, crescer. Sinto o doce cantar do silêncio ecoando em meus ouvidos e invadindo meu ser, me transportando pra lugares “mágicos” sem ao menos me tirar daqui. Vôo pelo infinito, com as asas da minha alma na busca por um lugar onde eu possa pousar e recomeçar, ou melhor, começa de um começo ainda não existente. Sinto os raios do sol a me “queimar” de tal forma que me misturo ao teu calor.
É hora de voltar. Voltar pra onde tudo tem o seu inicio e seu fim. Onde as lágrimas são irmãs gemias dos sorrisos. Onde a dor anda de braços dados com o amor. Onde alegria e tristeza são apenas uma. Voltar ao nascimento, onde tudo e nada tem o mesmo valor. Onde ser e não ser são apenas dois pontos de vista o que não quer dizer uma verdade. Voltar ao nada, princípio de tudo. Ou ao tudo, princípio do nada??!!!....


Por Lu Couto Gamito

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Todos nós, na infância, temos sonhos: grandes, médios ou pequenos.
Mas à medida que a vida passa, esses sonhos vão para as prateleiras da vida.
Depois para a área de serviço, até chegar ao sótão e ser, então, esquecidos.
E os sonhos acabam se tornando vestígios de uma época em que a pessoa acreditava no mundo e em sua capacidade de realização.

Enquanto os perdedores se acomodam e pensam que um sonho é muito para eles, os campeões se perguntam o que precisam fazer para realizá-lo.
Nunca pense que uma meta não foi feita para você, mas sim nas virtudes que precisa desenvolver para conseguir atingí-la.

Seus sonhos mantêm aceso o fogo sagrado em seu coração.
Eles são a seiva da vida.
Nós envelhecemos não porque o tempo passa, mas principalmente porque abandonamos nossos sonhos.

Pessoas de idade avançada, mas com grandes ambições, carregam nos olhos o brilho da juventude, pois suas metas continuam alimentando sua alma.
É triste olhar para alguém com 40 ou 50 anos e observar que está vivendo a espera da morte.
É frustrante ver adolescentes precocemente envelhecidos, pois em seus corações já não carregam mais sonhos.
Para essas pessoas, viver é simplesmente completar o dia, completar o mês, completar o ano.
E é triste constatar que nosso povo está deixando de sonhar. A maioria procura completar o dia. Não se permite imaginar algo além do que está vivendo.

Nunca, nunca, nunca desista!

(W. Churchill)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Saudade


Procurei palavras para expressar o que sinto,
Por mais que buscasse, nada achei.
Se falasse que era dor, acho que minto.
Se falasse que era aperto, não sei.
Só sei que dói e aperta, mas desespera também.
A saudade já fez aqui sua morada.
Meu coração não cabe mais,
Nos meus lábios sorrisos não contem.
Nos olhos as lágrimas rolam desenfreada.
Meu peito parece explodir.
Nada mais que faça adianta;
Sorrir, não sei mais se sou capaz.
Meus sonhos perderam-se pelo caminho,
Ecoa em meus ouvidos o seu sorrir,
Em minha cabeça sinto o afago do seu carinho.
Você se foi sem dizer adeus,
Mas em meu peito sinto ainda o pulsar
Dos momentos felizes, de amor.
Agora preciso reencontrar os passos meus,
E mesmo em meio à dor
A angustia vai passar.
E tudo o que vai restar
É a doce lembrança do seu amor.

Por Lu Couto Gamito