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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Labirinto
Tomada por uma grande melancolia eu me vi em um lugar, um tempo e um momento que eu não sabia. Era muito longe e talvez pudesse ser mais próximo do que eu imaginava. Era noite, dia com sol ou chuva, não sei. Não sei se estava feliz, poderia estar triste, rindo ou chorando, não posso dizer. Mas sei que estava lá. Ou talvez não estivesse.
Vi passando por mim um filme de tudo que vivi. Não me lembrava de nada e ao mesmo tempo era como se vivesse tudo aquilo naquele instante. Não posso dizer que foi ruim, pode ter sido bom. Não me lembro. Posso ter sido a pessoa mais feliz do mundo, porém, posso ter sido também a pessoa que mais chorou, que mais sofreu, enfim, a que mais amou.
Não sei como, mas comecei a chorar. Eram lágrimas que lavavam meu rosto, destruía a alma e arrastava tudo o que encontrava. Súbito me vi sorrindo. Não sei por que, mas nem me interessava. De repente me vi parada. Nem ria, nem chorava, apenas estava. Sonhando ou acordada, eu não podia dizer. Tentei falar, gritar, ver se alguém me ouvia, mas não pude. A voz não saia, porém, em meu peito uma voz gritava tão forte que me ensurdecia.
Em um momento parecia que eu estava acordando. De repente eu vi tudo rodando. Ouvi vozes que me atormentavam. Finalmente consegui gritar, mas não obtive resposta. Percebi que não havia saída, pois, eu vi que estava em um labirinto, que era meu coração.
Por Lu Couto Gamito
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